5 de dezembro de 2011

Como ser amado e amar sem medo de ser autêntico


A sua tarefa não é procurar pelo Amor, mas meramente procurar e encontrar todas as barreiras dentro de si que construiu contra ele.”, 
Rumi

Como é que interagem duas pessoas? E como se conseguem relacionar? Será que estamos abertos a uma mudança e a uma cura interior? Em relação à nossa vida, podemos ter dois tipos de atitude: de aproximação ou de evitamento.

Muitas vezes seguimos o caminho do evitamento, numa relação com outra(s) pessoa(s). Porque tivemos uma ou mais experiências difíceis na nossa vida e porque temos medo que voltem a acontecer, acontece o evitamento, muitas vezes de forma inconsciente. A nossa energia fica ocupada em evitar todo o mal que nos possa acontecer e não em procurar o que nos possa fazer feliz. Com esta abordagem, nós não vivemos, sobrevivemos. É importante sobreviver! O que é perigoso é habituarmo-nos a este meio de subsistência e continuarmos a comportar-nos como nestas alturas de maior mágoa e sofrimento como se ela fizesse parte do presente e não apenas do passado. Os nossos níveis de stresse e de ansiedade mantêm-se, condicionando a nossa independência e as nossas liberdades de escolha. Transformamo-nos no elefante do circo que em adulto não foge devido a ter sido preso a uma estaca pesada em pequeno. Apesar de todo o esforço, o elefante bebé não se conseguia libertar. A estaca era muito pesada para ele. Em adulto, devido a esta experiência, o elefante não se solta mesmo que esteja preso a uma estaca muito pequena por acreditar que não pode. A esta atitude, a Psicologia Positiva chama de Desamparo Aprendido. Assim é grande parte do ser Humano que ao fim de ter sido impotente para fugir durante muito tempo, aceita o "sempre foi assim e sempre o será". Isto faz com que não nos apercebamos da mudança das circunstâncias na nossa vida.
Passamos muitos anos a tentar ser diferentes daquilo que realmente somos, para encaixar no nosso espaço circundante. Queremos ser melhores e/ou perfeitos, tornando-se necessário a procura de ajuda para nos conseguirmos libertar das orientações exteriores que nos foram embutidas desde a infância. Para que consigamos recuperar a nossa própria orientação, aquela que se adequa a nós e nos levará a uma vida plena e autónoma. 

A divisão entre a nossa parte boa e má, foi aprendida através das reacções dos outros, através do olhar dos outros. Daí que a solução também esteja no olhar dos outros para que consigamos esta aceitação: “onde esteve o dano, encontramos a cura”.

Aprendemos a amar com os nossos pais e eles com os deles. Mas será que eles eram capazes de amar incondicionalmente? É que este é o único tipo de amor, uma vez que o amor condicional, não é amor. Será que aquilo que aprendemos a chamar amor, é realmente amor? Quantas vezes a repressão não foi feita em seu nome? Quantas vezes o amor não vem misturado com dor, incompreensão e violência? Mas esses não fazem parte do amor. Vieram em conjunto mas não são a mesma coisa. Quando nos habituamos a chamar a esse conjunto amor, inevitavelmente aprendemos a ter medo de amar. Não queremos ser magoados outra vez, associamos o amor à humilhação e à dependência.

Nesta formação experiencial, poderá sentir e identificar-se com algumas situações significativas, através de práticas interactivas, através das quais se irá aperceber de várias situações que ocorrem automaticamente e que podem ser melhoradas se lhes dermos mais atenção, como por exemplo, a dificuldade em ouvir o outro e em definir quem, num determinado momento dá e quem recebe. Na nossa vivencia, estamos tão envolvidos na nossa própria historia, no nosso “eu”, que muitas vezes não conseguimos dar ao outro aquilo de que ele precisa, nem receber dele aquilo que precisamos. O objectivo do workshop é experienciar um estado de ressonância com o outro, em que o vemos e o aceitamos, o sentimos, tal como ele é, e somos vistos e aceites como realmente somos. Este é um estado de amor adulto e autónomo, liberto de condicionamentos. Para algumas pessoas, poderá ser totalmente novo!