29 de dezembro de 2011

Alma Gémea: Mito ou Verdade?


O termo Alma Gémea é vulgarmente usado para designar o conceito de que nalgum lugar há uma alma gémea destinada a si.

O termo pode parecer algo muito romantizado, próprio dos contos de fadas, contudo os relatos recolhidos pelos praticantes de Terapia Regressiva Evolutiva (abordagem psicológica e espiritual, canalizada por alguém pelos Espíritos Superiores do Astral), revelam que, de facto, todos estamos destinados a uma alma especial, perfeita para nós e com a qual o nosso caminho se devia cruzar.

O tema Alma Gémea, apesar de ter sido abordado com frequência nas telenovelas, jornais, revistas, livros, etc., é, principalmente para os mais cépticos e racionais, inverosímil, ou até mesmo muito romântico.

Na verdade, alma gémea é a pessoa com a qual já se relacionou em várias encarnações, com quem já experimentou sentimentos profundos como o amor e a amizade, além de aprendizagem e evolução mútuas. Laços fortes e profundos uniram as vossas almas, pois estiveram juntos nos melhores e nos piores momentos das vossas existências, compartilhando alegrias, tristezas, lágrimas e sorrisos, defeitos e acertos. Desta forma, a cada nova experiência numa encarnação os laços vão-se fortalecendo.

As almas gémeas, frequentemente vieram juntas em várias encarnações não só como cônjuges, mas também assumindo outros papéis sociais (pai e filho, irmãos, amigos, etc.). Devido ao laço forte e profundo que os une, é comum no primeiro encontro ambos se reconhecerem mutuamente, sentirem uma afinidade e emoções profundas, inexplicáveis aos olhos da mente racional do ego, pois o reconhecimento dá-se ao nível de alma.
A Alma Gémea dá a entender que se trata de um espírito duplicado, como um clone, portanto, com as mesmas vontades e a mesma evolução espiritual. Ora, sabemos bem que não se faz a duplicação do ser humano, que é uma centelha divina, luz emanada do Criador. Sendo assim, cada espírito guarda a sua individualidade inviolável. Por isso, não existem duas impressões digitais iguais, idênticas, na natureza.

Cada ser humano é, portanto, uma pedra preciosa, um fenómeno singular, uma aventura única, um milagre suficiente para não ter de comparar com ninguém, a não ser consigo mesmo. Desta forma, a expressão Alma Gémea é na verdade, uma metáfora, pois caracteriza uma afinidade específica entre dois seres. Ou seja, um complementa o outro, guardando, entretanto, a sua individualidade e vivendo mesmo uma evolução diferente.

Sendo assim, a alma gémea não é um espírito idêntico, mas ligado a outro por forte afinidade e simpatia; porém, com diferença de evolução e de costumes nas suas caminhadas dimensionais.

No entanto, os laços que unem essas duas almas são tão fortes e profundos que acabam superando todas as diferenças. Em muitos casos, a afinidade do casal é tão grande que basta um olhar para que o outro saiba o que quer. Não precisam de muitas palavras para se entender.

Explica também o porquê de alguém se envolver intensamente com alguém muito mais velho ou mais novo, em condições sócio-económicas e culturais opostas, ou mesmo de raça, nacionalidade e idioma diferentes.

O reconhecimento da sua alma gémea pode acontecer de várias formas, mas é comum serem reconhecidas em terapias regressivas, onde o paciente recorda as várias existências passadas em que estiveram juntos. É comum também nessa terapia ser revelado onde se encontra a sua alma gémea, que pode estar encarnada ou desencarnada no plano espiritual.

Fica uma pequena história de alguém que quis saber o motivo do seus relacionamentos amorosos não serem duradouros, devido a parceiros que depressa se desinteressavam e acabavam por terminar o namoro. Descobriu que o seu insucesso amoroso se explicava pelo facto de ainda não ter encontrado a sua alma gémea.

Depoimento
Por que os homens se desinteressam por mim?
Mulher de 34 anos


Os seus relacionamentos amorosos (11) começavam bem, duravam alguns meses e terminavam, pois os homens desinteressavam-se rapidamente. Quase todos alegavam, no término do namoro, que a paciente era maravilhosa, perfeita ou perfeita demais para eles.

Desta forma, ela saía desses relacionamentos triste, frustrada, sem entender realmente a causa desse desinteresse, já que nenhum apresentava uma queixa específica. Chegou a passar por uma psicoterapia convencional durante um ano para identificar o que a levava a não ter êxito nos relacionamentos amorosos, mas não encontrou nada que justificasse as sucessivas decepções amorosas.

Ao regredir me relatou:
“Vejo um homem idoso, com barba e cabelos compridos, grisalhos; usa um camisolão claro. Ele está aqui no consultório (paciente deitada no sofá) e segura a minha mão esquerda carinhosamente.

- Pede para ele se identificar – diz o terapeuta.

Ele diz que é o meu mentor espiritual, pede para ficar tranquila e dá-me muita calma.
(pausa)

Agora estou a ver uma casa pequena. Vejo-a de frente, tem uma janela aberta, e ao redor vejo relva, árvores em volta. Olho lá para dentro, pela janela. Tem uma mulher que cozinha... Ela é morena, cabelos presos, escuro, usa uma saia e blusa.

- Quem é essa mulher? – Pergunta o terapeuta.

É a minha mãe da vida actual. Fisicamente tem a mesma aparência de hoje, só que está mais nova.
Ela dá-me comida, sou criança, loirinha, uso um vestidinho branco, de alçinhas, devo ter uns quatro anos. Sou também a filha dela nesta vida passada.

- Avance mais para frente nessa cena alguns anos – pede o terapeuta.

Estou agora com 15 anos, uso um vestido florido, vermelho e branco. Os meus cabelos estão mais escuros, compridos. Minha mãe está doente, deitada na cama, cuido dela. Nessa casa moramos só eu e ela, não tenho pai.

- Avance mais para frente nessa cena – pede o terapeuta, novamente.
Vejo agora um rapaz que mora na mesma casa, é o meu marido. Ele é moreno, magro, usa uma calça e camisa de manga curta. Ele ajuda-me a cuidar da minha mãe.

- Avance novamente para mais alguns anos depois dessa cena – pede o terapeuta.

Agora tenho um filho e estou grávida. Ele é moreno, cabelo bem escuro, usa calções, está descalço e deve ter uns dois anos. A minha mãe não está mais entre nós, ela faleceu. O meu filho brinca com o meu marido – eu estou sentada a costurar.

- Avance novamente mais anos depois nessa cena – pede o terapeuta.

Agora tenho também uma menina, mas estou sozinha com as duas crianças à espera do meu marido. Ele foi viajar. Estamos sentados à mesa jantando e eles perguntam quando o pai vai voltar. Digo que não sei... Choro, sinto desespero, medo, insegurança, porque ele demora a voltar.
(pausa)

Os anos passaram, o meu filho mais velho casou. Ele vem-me visitar com a sua esposa. Eu moro na mesma casa com a minha filha. O meu marido não voltou da viagem. Devo estar agora com 50 anos, estou triste, a minha filha tem um namorado, mas não quer casar para não me deixar sozinha. Não quero atrapalhar a vida dela, sinto-me infeliz e triste pelo meu marido não ter voltado.
(pausa)

É Natal, a minha filha também se casou e tem filhos. Não sou feliz sem o meu marido. Moro sozinha, fico deitada na cama, choro bastante sem saber o que lhe aconteceu.

- Vá para o momento de sua morte – dirige o terapeuta.

Vou dormir e não acordo mais... Sinto tranquila, aliviada.
De cima, em espírito, vejo o meu corpo deitado na cama. O meu mentor espiritual está comigo. Ele pede para olhar pela última vez para os meus filhos. Eles estão tristes com a minha morte, dizem que a culpa é do pai que me abandonou. Comentam que depois disso, deixei de ser feliz.
(pausa)

Após a minha morte, vejo-me em espírito a vestir um camisolão rosa claro. Para minha surpresa, vejo o meu marido. Ele também está em espírito, usa uma roupa comum, mas de cor branca. Ele está jovem, com a mesma aparência de quando me deixou. Diz-me que morreu picado por uma cobra e que nunca acharam o seu corpo. Explica que nunca me abandonou, sempre esteve junto de mim, em espírito. Pede desculpas.

O meu marido diz que nos vamos encontrar novamente, e que desta vez vamos ficar juntos até a velhice. Desabafo que agora estou tranquila, pois achava que ele me tinha abandonado. Não sabia que ele tinha morrido.
(pausa)

Agora ele me diz que precisa ir. Há uma pessoa que o leva, segurando-o pelo braço. O meu mentor acalma-me e diz-me que nós ainda nos vamos reencontrar na vida actual. Pede para ter paciência, diz que vamos ter duas meninas e que estas serão os mesmos filhos dessa vida passada.

Diz ainda que numa vida anterior a essa vida estivemos juntos também, mas com os papéis invertidos (eu era o marido e ele a minha esposa). Explica que eu morrera subitamente com um enfarte.
O meu mentor reafirma que desta vez, na vida actual, vamos ficar juntos até o final, e que nenhum dos dois se irá sentir abandonado pelo outro. Revela que aquela pessoa daquelas vidas passadas, está encarnado na vida atual, passando pela mesma dificuldade amorosa que eu. Diz que os nossos relacionamentos amorosos não têm prosseguimento porque nos vamos reencontrar, e que quando isso acontecer, as nossas missões se irão completar. Fala que quando a gente se reencontrar, um irá identificar o outro”.

- Pergunte ao seu mentor espiritual o que é necessário para se reencontrarem na vida actual – pede o terapeuta.

Ele pede-me calma, tranquilidade, diz que esse reencontro vai ser natural, ou seja, o encontro irá ocorrer no momento certo, quando as coisas se encaixarem. Explica que para a gente se reencontrar é necessário antes conquistarmos a nossa independência, ficarmos sozinhos, sem um depender do outro, pois nas existências passadas quando um teve que ficar sozinho houve muito sofrimento. Por isso, na vida actual, ambos precisávamos aprender a viver sozinhos, sem usar o outro como muleta para viver.

O meu mentor diz que foi ele que me intuiu a procura-lo como terapeuta, para que pudesse comunicar de forma mais efectiva comigo (é importante esclarecer que nessa terapia, o meu papel enquanto terapeuta é abrir o canal de comunicação para que o mentor do paciente possa orientá-lo melhor). Diz que o nome dele é Daniel, e que tudo que eu precisava saber foi-me mostrado e respondido por ele.”