9 de novembro de 2011

Efeitos do Reiki Investigados



Ricardo Monezi testou o Reiki em ratos com cancro, na tentativa de se comprovarem os efeitos benéficos e até encontram explicações científicas nesta terapia.

Os seus praticantes acreditam nos efeitos benéficos da energia Universal canalizada pelas mãos do terapeuta, colocadas sobre o corpo do paciente contra doenças. Para entender as alterações biológicas do Reiki, o psicobiólogo Ricardo Monezi testou o tratamento em camundongos com cancro. “O animal não tem elaboração psicológica, fé, crenças e empatia pelo tratador. A partir da experimentação, procuramos isolar o efeito placebo”, diz. Para a sua pesquisa na USP, Monezi escolheu o Reiki entre todas as práticas de imposição de mãos por tratar-se da única sem conotação religiosa.

No processo, a equipa de investigadores dividiu 60 camundongos com tumores em três grupos. O grupo controle não recebeu nenhum tipo de tratamento; o grupo “controle-luva” recebeu imposição com um par de luvas preso a cabos de madeira; e o grupo “impostação” teve o tratamento tradicional sempre pelas mãos da mesma pessoa.

Depois do período experimental, os animais foram avaliados quanto à sua resposta imunológica, ou seja, a capacidade do organismo de destruir tumores. Os resultados mostraram que, nos animais do grupo “impostação”, os glóbulos brancos e células imunológicas tinham dobrado a sua capacidade de reconhecer e destruir as células cancerígenas.

“Não sabemos ainda distinguir se a energia que o Reiki trabalha é magnética, elétrica ou eletromagnética. Os artigos descrevem- na como ‘energia sutil’, de natureza não esclarecida pela física atual”, diz Monezi. Segundo ele, essa energia produz ondas físicas, que liberam alguns hormônios capazes de ativar as células de defesa do corpo. A conclusão do estudo foi que, como não houveram diferenças significativas nos grupos que não receberam o Reiki, as alterações fisiológicas do grupo que passou pelo tratamento não são decorrentes de efeito placebo.

A equipe de Monezi começou agora a analisar os efeitos do Reiki em seres humanos. O estudo ainda não está completo, mas o psicobiólogo adianta que o primeiro grupo de 16 pessoas, apresenta resultados positivos. “Os resultados sugerem uma melhoria, por exemplo, na qualidade de vida e diminuição de sintomas de ansiedade e depressão”. O trabalho faz parte da sua tese de doutorado pela Unifesp.

Estes não são os únicos trabalhos desenvolvidos com as terapias complementares: a psicobióloga Elisa Harumi, avalia o efeito do Reiki em pacientes que passaram por quimioterapia; a  acupunturora Flávia Freire constatou melhorias na ordem dos 60% em pacientes com apneia do sono tratados com as agulhas, ambas pela Unifesp. A quantidade pesquisas recentes sobre o assunto mostra que a ciência está cada vez mais interessada no mecanismo e efeitos das terapias alternativas.

(in Revista Galileu)