23 de janeiro de 2012

A reencarnação existe? Podemos prová-la?


A reencarnação é uma crença religiosa profundamente entranhada e cultivada pelas religiões hindu, budista e jainista. Desta forma, é natural que as pessoas criadas na cultura ocidental não aceitem a reencarnação prontamente como aproximadamente um bilhão de orientais o fazem.

Na verdade, somos muito pragmáticos, e até mesmo céticos para aceitarmos uma crença sem evidência. Justifica, portanto, essas perguntas serem tão frequentes. A verdade é que a investigação sobre a reencarnação dentro de uma metodologia científica, ainda está no seu início. A maioria das pesquisas tem sido feita através da regressão hipnótica para se atingir o inconsciente do paciente.

Muitos investigadores baseiam-se em crianças, por estas recordam os factos vividos nas suas vidas passadas mais facilmente, cujas recordações se perpetuam até próximo à puberdade.

No livro “20 Casos Sugestivos de Reencarnação”, o Dr. Ian Stevenson, de reputação internacional, professor do Departamento de Neurologia e Psiquiatria da Universidade da Virgínia, relata as suas viagens a lugares onde a reencarnação é ainda uma crença comum (Índia, Sri Lanka e Líbano). Foram entrevistadas mais de 3.000 crianças e encontrado, nas suas histórias, memórias sugestivas de reencarnação. Ele percebeu que as crianças desses países eram mais abertas a esse assunto do que as do ocidente.
Na realidade, podem ser trazidas as recordações do seu passado das mais diversas formas. Segundo a neurolinguística, recordamos experiências do nosso passado utilizando 3 canais de comunicação:

a) Visual;
b) Auditivo;
c) Cinestésico (gosto, olfato, tato).

Por outras palavras, recordamos o nosso passado usando os nossos 5 sentidos (visão, audição, olfato, gosto e tato) e mais o nosso sexto sentido, a intuição.

Existe um teste de neurolinguística para saber a forma como cada pessoa vai trazer as informações, ou seja, qual(is) o(s) canal(is) de comunicação que vai utilizar para recordar às suas experiências do passado, numa sessão. Por exemplo, pode-se fazer a seguinte pergunta ao paciente: “Se tivesse que passar o restante da sua vida, qual dessas 3 situações seria a mais dolorosa: Ficar cega, surda ou paralítica?” Se ele responder que a pior situação seria ficar cega, é bem provável que vai recordar as suas experiências de vidas passadas de forma visual, isto é, através de imagens, cenas. Neste aspecto, as imagens podem vir bem vívidas, nítidas ou embaçadas e até mesmo congeladas (paradas) em forma de gravuras, quadros e fotos antigas, amareladas.

O mesmo não ocorre na nossa sociedade que tende a reprimir ou desprezar as conversas irreais de uma criança. Fiorini, ao fazer a sua pesquisa de campo, orienta as mães para que elas o procurem quando percebem que os seus filhos falam sobre vidas passadas. A ideia é não desprezar o que as crianças dizem, mesmo que pareça não ter muito sentido ou ser apenas produto da sua imaginação.

Ainda segundo Fiorini, se uma pessoa volta para esta vida com marcas, sinais, cicatrizes, deformações e até mesmo doenças, porque não com as mesmas impressões digitais? Foi partindo desta premissa que ele começou a fazer um estudo profundo sobre impressões digitais. Neste sentido, as impressões digitais não se alteram quando o espírito reencarna. Ele ainda não atingiu o seu objetivo na sua investigação científica, mas acredita que em breve deverá chegar a uma conclusão definitiva. Outros investigadores também estão à procura da comprovação da reencarnação através de outros testes, como o exame grafotécnico, que compara a caligrafia da criança com a da pessoa que ela possivelmente teria sido na vida anterior.

Desta forma, terminamos este artigo reafirmando que a pesquisa científica sobre a reencarnação está no seu início, embora o conceito filosófico da reencarnação seja antigo. Não obstante, a verdade ou ficção da reencarnação na prática clínica é irrelevante para o sucesso da Terapia de Vidas Passadas: funciona sempre.

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Caso Real 1
Mulher de 42 anos, casada, mãe de dois filhos.
Dores constantes no corpo.

Uma mulher procurou um médico especialista em regressão para identificar a verdadeira causa das suas dores constantes no corpo, que a perseguiam desde os seus 20 anos. Já tinha passado por vários especialistas na área médica e psicológica (ortopedista, neurologista, endocrinologista, acunputor, homeopata, psiquiatra, psicólogo). Embora se tivesse submetido a todos os tipos de exames clínicos entre os mais sofisticados e modernos, os seus resultados nada acusavam.
Na entrevista de avaliação, ela confessou que não tinha mais motivação para viver por causa dessas dores intensas no corpo que a dificultavam até a andar.

Ao regredir, viu-se a tirar água do poço. Ela disse: “Vejo-me de costas, eu e o meu irmão de oito anos. Devo ter por volta de 16 anos. Nós estamos a andar pela beira do rio. Vejo uma cobra enorme, aquela que mata um boi. Ela apanhou-me, enrolou-se em mim. É nojenta, pegajosa! (começa a chorar copiosamente). O meu irmão fica desesperado e não sabe o que fazer. A cobra está a apertar-me, está a quebrar os meus ossos. Grito muito, peço ajuda. Vem gente para me socorrer. Mas não adianta, a cobra matou-me”.
É pedido para ela avançar na cena e que para me descrever os últimos momentos dessa vida. “Sinto muita dor, medo, angústia, muito horror. Mataram a cobra, mas eu já estava morta. Ela partiu-me o corpo todo. No momento da minha morte, veio a imagem da minha mãe que dizia: “Cuidado com o rio. Existem muitas cobras por lá”. O meu irmão, nessa vida passada, é o meu atual marido. Após a minha morte física, p meu avô já falecido veio buscar-me. Fiquei num hospital no mundo astral. O medo, o nervosismo e a dor, acompanharam-me até mesmo na vida atual. A dor física que senti na minha morte, trago para a vida atual. Trago também o medo. Sou uma pessoa muito assustada, nervosa e tensa. Percebo que costumo contrair o meu corpo em função disso. No momento da minha morte veio muita tristeza porque eu era uma rapariga bonita, cheia de vida, com muita vontade de viver. Eu queria ter aproveitado mais essa vida. Veio também um inconformismo pelo que me aconteceu e um vazio muito grande que ainda sinto na vida atual”.
É-lhe pedido para que reveja toda a vida narrada, e caso alguma coisa a prendesse ainda nessa vida, se algo não tivesse ficado claro, iria ser recordado quando o terapeuta contasse de três a zero. Como a paciente afirmou que estava tudo bem, este começou a fazer a reprogramação mental para prepará-la a voltar para o seu estado de consciência desperta.

A paciente estava simplesmente atônita com tudo que o seu próprio inconsciente tinha revelado. Posteriormente, fez mais 4 sessões de regressão e, no findar destas, as dores que sentia ao ponto de não poder andar, haviam desaparecido por completo.



Caso Real 2
Qual o meu propósito de vida?
Mulher de 28 anos, solteira

Uma mulher em crise existencial, querendo saber o seu propósito de vida, fez terapia a vidas passadas. Antes, tinha feito terapia convencional durante 10 anos, mas não encontrou respostas à sua indagação. De 2 anos para cá, começou uma busca intensa da espiritualidade, pesquisando sobre assuntos como numerologia, cabala, espiritismo, Tarô, astrologia, etc. Tem devorado todos os tipos de literatura ligada ao esoterismo e espiritualidade. A crise existencial vem acompanhada de depressão e uma insatisfação muito acentuada em relação ao rumo que estava a dar à sua vida pessoal e profissional. Por causa disso, resolveu investigar dentro do processo regressivo, o porquê desta insatisfação e qual o seu verdadeiro propósito de vida, bem como outros problemas emocionais.

Ao regredir viu-se numa cidade cujas casas são todas douradas, com os telhados em formato de triângulos e pirâmides. Ela relata:

“- A cidade é muito grande. Vejo as pessoas vestidas de branco, só vejo mulheres. Usam uma faixa dourada amarrada na cintura. Todas se vestem da mesma forma.
- Estou no meio dessas mulheres, são várias. Andamos em fila em volta de um templo dourado. Estou descalça e as outras mulheres também.
- Uso, na minha mão esquerda, um anel grande dourado e no centro uma pedra vermelha, bem grossa. Sou branca, cabelos pretos, cumpridos e lisos. Os meus olhos também são pretos e esticados, tenho um rosto suave, minha pele é bonita. Uso um chapéu que é dourado e tem formato de um cone. Sinto-me bem, muita paz e tranquilidade. O dia está muito bonito, estamos em silêncio, em estado meditativo.

Somos um grupo especial, treinado para ensinar, orientar pessoas e apoiá-las. Somos sacerdotisas e conselheiras. O lugar onde estamos é afastado, isolado, só tem mulheres, é um lugar de estudo. É um lugar sagrado, reservado, onde os homens não podem entrar. Moramos nesse lugar sagrado. É um lugar alto, afastado da cidade. Lá em baixo, fica a cidade. Moram homens, mulheres e crianças. O lugar é de muita areia. Na cidade as casas são diferentes, não são douradas. Há muitas plantas, árvores, plantações e muito verde. As paredes das casas são cinzas. A população veste-se diferente de nós, sacerdotisas. São roupas mais simples. As mulheres também usam um vestido comprido, mas não tem aquela faixa na cintura. Os homens vestem saias mais curtas. Tanto os homens como as mulheres calçam sandálias e os dedos aparecem.”

O que esta vida passada tem a ver com sua crise existencial na vida atual, pergunta o terapeuta.

“- Na vida atual eu devo continuar o que fazia nessa vida passada. Mas agora, preciso tirar direito. Eu abusei, transgredi as leis sagradas: o respeito, o amor, a humildade e os limites.”

Porque desrespeitou essas leis, pergunta o terapeuta?

“- Era muito poder sobre as pessoas, a natureza e as leis. Eu tinha muito poder. Achei que podia fazer o que quisesse. Podia fazer as pessoas dependerem de mim e dominava-as. Elas traziam o que eu quisesse, qualquer bem material (dinheiro, ouro). As mulheres veneravam-me. Eu desrespeitei as leis. Eu traí a responsabilidade que tinha com aquelas pessoas. Era para orientar, ajudar, ensinar. Mas não fazia isso, não passava as informações, o conhecimento que possuía. Queria que os homens e as mulheres dependessem de mim. Se ensinasse, perderia o poder... Eu traí as leis (grita chorando copiosamente). Aquele poder não era meu! Era do céu, do sol, da lua, da natureza. Elas se sacrificavam para me pagar, para que eu as ajudasse.”

Vá agora para o momento da sua morte nessa vida passada, encaminha o terapeuta.

“- De que valeu tudo isso? Estou num quarto enorme, teto alto, estou deitada numa cama dourada... Estou triste, rosto envelhecido, com rugas, muito magra. Sinto-me arrependida, culpada... Para que serve toda essa riqueza agora? O que faço com isso? O que dei em troca? (chora copiosamente).

O que eu tinha para dar, os meus conhecimentos, seriam mais úteis para eles. Não precisava ter abusado daquelas pessoas. Agora estou sozinha no meu quarto. Está tudo fechado. Não quero ninguém perto de mim, não quero que ninguém me veja. Eu sofro porque não fiz a minha parte. As pessoas que “ajudava” e “orientava” também sofrem com a minha saúde porque dependem de mim. Estou doente, muito só e querendo consertar os meus erros. Eu iludi esta gente e quero reparar as minhas acções. Mas agora já é tarde, sinto que estou para morrer... Eu morri”.

O terapeuta guia-a para o espaço entre vidas após a sua morte física.

“- Alguém me diz: ‘Agora entendes, não? Agora estás a sentir’.
Fico com vergonha. Vejo uma luz amarela. A voz me pergunta: ‘Agora sabes’?
- Eu sei e percebo! Responde em voz alta.”

Depois de mais algumas perguntas, esta paciente percebeu que o seu propósito de vida era corrigir o que fez, ajudar a aliviar o sofrimento, esclarecer as pessoas. É trabalhar com a alma das pessoas, ajudá-las a crescerem. Mas primeiro, ajudar-se a si.