9 de janeiro de 2012

Artes Divinatórias


Em todos os tempos, em todos os países, o homem procurou descobrir o futuro, adivinhar o que a vida lhe reservava ou o que lhe foi destinado. Através das Artes Divinatórias, o ser humano comum pode ter acesso a um universo simbólico totalmente distinto da realidade diária.

Na História da Humanidade, temos inúmeros relatos e exemplos de como essas práticas influenciaram o destino dos povos e mudaram a vida de homens ilustres.Profecias estão presentes nos livros sagrados de todas as partes do mundo. Interpretações do universo simbólico contidos em sonhos e em oráculos são apresentados com uma riqueza de detalhes que não admitem contestação. Não há como negar a existência desse mundo paralelo ao qual têm acesso aqueles que se dedicam a praticar e estudar as diversas formas de o fazer. Isso porque a linguagem simbólica, assim como a linguagem mitológica, é cheia de metáforas e alegorias. Hoje, como ontem, apesar da tentativa do cristianismo de extinguir tudo que não pudesse ser explicado à luz da fé religiosa, as pessoas continuam a ter visões, interpretando, descobrindo, abrindo-se para esse universo de imagens ricas e simbólicas. E, o que é mais importante, essa faculdade está ao alcance de qualquer um que queira exercitá-la e desenvolvê-la. Como qualquer outra faculdade humana, precisa de treinamento e descontínua prática para se aprimorar. É preciso entrar em contacto com o seu eu interior, ter noções à cerca das técnicas de adivinhação em geral, e usar, como elemento essencial, a intuição. A Adivinhação consiste e interpretar sinais e acções com o objectivo de predizer o futuro, ver o passado ou, às vezes, simplesmente encontrar objectos perdidos.

Para tal, utilizam-se os mais diferentes elementos, muitos dos quais ao alcance de qualquer pessoa. São usados muitos métodos para a adivinhação, vamos conhecer alguns!

Aeromancia

É a arte de adivinhar o futuro através de fenómenos do ar, dos ventos e das Nuvens. Neste antigo sistema de adivinhação, em vez de se tentar prever o tempo, o próprio tempo é que indicava o futuro. Esta forma de adivinhação era praticada por antigos sacerdotes da Babilônia que viam presságios nos fenómenos atmosféricos, como os trovões, os relâmpagos, a forma das nuvens, a direção e a força do vento, a presença de halos no Sol e na Lua, o deslocamento dos cometas, as formações espectrais e outros fenómenos escassamente visíveis à olho nu. Não se tratava unicamente de um mero prognóstico do tempo, tendo provavelmente dado origem à Astrologia.


Alomancia

É uma arte da adivinhação que tem como ferramenta o sal. No passado, em muitas regiões do mundo, acreditou-se que o sal tinha propriedades mágicas, sendo considerado  como uma coisa sagrada, ele foi, é e será uma fonte de infinitas crenças. Neste sistema de adivinhação, o praticante mandava um punhado de sal para uma superfície e depois interpretava as formas que surgissem.

Teimancia / Tesseomancia

É a arte de interpretar o futuro através das folhas de chá. A teimancia também conhecida como tasseomancia, é um método de adivinhação que tem origem na Antiga China, onde os seus imperadores a utilizavam para prever o futuro. A difusão desta prática passou pela Turquia, Rússia e, posteriormente, pela Europa. A técnica consiste em identificar figuras formadas por folhas (borra) de chá nas paredes internas de uma chávena.



Oráculos/Sibilas

A palavra deriva do latim “oraculum” e pode significar tanto a resposta de uma divindade a uma pergunta, a própria divindade ou ao santuário na qual a pergunta foi respondida. Os povos da antiguidade tinham nos seus oráculos o sistema de previsão do futuro. Antes de qualquer grande evento, reis e líderes consultavam as previsões dos oráculos. Na antiga cultura grega, eles eram elementos fundamentais e um dos mais famosos oráculos estava localizado na cidade de Delfos. Neste época, sacerdotes e sacerdotisas respondiam às perguntas no templo de forma enigmática e cheia de simbolismos.

As Sibilas talvez sejam os oráculos mais conhecidos da mitologia. Sibila é o nome dado às mais célebres profetisas da antiga Pérsia, Líbia, Delfos, Samos, Ciméria, Eritréia, Tíbure, Marpesso e Frígia. Sentada sobre os vapores insalubres de uma fenda na terra ou profundamente mergulhada no silêncio e na reclusão da sua caverna, Sibila devia dizer as suas profecias em transe ou escrevê-las em folhas que depois eram dispersas pelo vento se ninguém viesse recolhê-las. Embora muitas vezes fosse esotérica e precisasse de uma interpretação mais profunda para ser entendida, uma Sibila com o dom da profecia ligava o seu povo ao Divino.

Cristalomancia
Cristalomancia é o uso dos cristais ou pedras semipreciosas para prever o futuro, podendo ser por meio da uma bola de cristal ou de jogos com pequenas pedras. A bola de cristal é um instrumento muito popular entre os videntes. Nesta arte, o significado de cada factor está  dentro da bola de cristal e o vidente pode mergulhar no cosmos profundo e infinito, recebendo mensagens e descobrindo mais sobre o nosso interior.





Veja alguns exemplos básicos da interpretação de figuras na cristolomancia:
  • Nuvens Azuis: conquista e felicidade
  • Nuvens Violetas: harmonia e tranquilidade
  • Nuvens Verde: lucro e prosperidade
  • Nuvens Amarelas: duvidas esclarecidas em breve
  • Nuvens Laranjas: decisões difíceis definitivas
  • Nuvens Vermelhas: obstáculos e agitação
  • Manchas Claras: pequenos problemas
  • Manchas Escuras: grandes problemas
  • Estrela: sonhos impossíveis
  • Coração: vivência de um grande amor
  • Serpente: cuidado com a saúde
  • Pássaros: surpresas
  • Olho: siga mais a sua intuição
  • Espada: desarmonia
  • Balança: recompensa justa
  • Imagem Interior a Bola de Cristal: presente ou futuro imediato
  • Imagem Posterior a da Bola de Cristal: passado que exercera influencia sobre o presente
  • Imagem a Direita da Bola de Cristal: boas influencias
  • Imagem a Esquerda da Bola de Cristal: más influencias

Oniromancia

Esta é a arte de adivinhação que consciente interpreta sonhos. A oniromancia é extremamente antiga. Remontando aos tempos bíblicos, é bastante conhecida a interpretação que José fez do sonho do Faraó (Gênese, XLI, 1-7).

Também do antigo Egito, foi encontrado um papiro da época Raméssida, escrito por volta de 2000 a 1785 a.C., contendo uma lista de significados proféticos para os símbolos oníricos, que são a chave dos Sonhos . É dos antigos egípcios, também, a tabela que utilizamos até aos dias de hoje, para o calculo de prazos de realização da previsão onírica.

Como este povo era altamente preocupado com a alimentação, tendo em vista as dificuldades de provimento da época, esta tabela tem directa ligação com a digestão:

1.    Sonhos ocorridos ao pôr-do-sol, ou pouco depois, após a digestão ou em jejum - realização no curto prazo (entre 10 e 30 dias);
2.    Sonhos ocorridos logo após adormecer, durante a digestão, não têm valor profético;
3.    Os sonhos ocorridos na primeira etapa do sono ( primeira terça parte da noite), não se realizam, pois nesta fase o sono é muito profundo;
4.    Sonhos ocorridos até metade da noite, após a digestão (3 a 4 horas após a refeição), serão realizados muito lentamente;
5.    Sonhos ocorridos na última terça parte da noite, realizam-se entre um mês e um ano depois;
6. Sonhos ocorridos antes da alvorada realizam-se entre uma semana e um mês;
7. Sonhos ocorridos ao amanhecer realizam-se entre um dia e uma semana;
8. Sonhos ocorridos após a saída do sol (entre 7h e 9h) realizam-se no decorrer do dia;
9. Sonhos ocorridos durante o dia (entre 9h e 17h), realizam-se uma hora depois. Caso tenha ocorrido ao meio-dia, poderá realizar-se imediatamente;
10. Os sonhos mais verdadeiros são os que ocorrem entre a alvorada e o meio - dia.

Quiromancia
O conde Louis Hamon nasceu em Novembro de 1866, na periferia de Dublin, Irlanda, e morreu em 1936, em Hollywood, EUA, para onde se mudou na década 30, tornando-se consultor esotérico de vários artistas. Antes, porém, viveu vários anos na Índia. Além da vidência, possuía também o dom da psicometria.        

Apelidou-se Cheiro (pronuncia-se Quíro, de quiromancia - chere: mão, em grego) escreveu livros de profecias, quiromancia e numerologia mística sistema Caldeu. No século XIX, o número de pessoas que lêem o destino na palma da mão não cessa de aumentar. Um dos mais famosos leitores da mão da época foi, sem dúvida, o conde Louis Hamon. Este deveu a sua reputação ao facto de acertar com uma precisão espantosa e de ter adivinhado o caso amoroso e a abdicação do rei Eduardo VIII, cinco anos antes dos acontecimentos.

Muitos estudos científicos foram efectuados em França, nessa altura, por professores e académicos. Estes trabalhos constituíram a base de estudos posteriores, feitos por psicologistas na Europa e na América no século XX. Muitos dos quiromantes contemporâneos encaram o seu trabalho de forma científica, segundo regras nítidas e reconhecidas, mas o aspecto misterioso da quiromancia como arte mágica de ler a sina, continua a existir.

Cartomancia

Poucos o sabem, mas as cartas normais que são usadas nos jogos populares, são também usadas para práticas divinatórias. Existem métodos inumeráveis para se lerem as cartas, mas citaremos apenas os mais comuns: para este jogo adivinhatório utilizam-se 32 cartas que são: ás, rei, valete, dama, dez, nove, oito e sete nos naipes de ouros, copas, espadas e paus.

Tarô ou Tarot

Tão antigo quanto a própria humanidade o Tarô é considerado o mais complexo de todos os inúmeros sistemas de adivinhações de que se tem conhecimento. Representa, sem dúvida, um inigualável exercício de imaginação, susceptível de infinitas aplicações, e torna possível não apenas a previsão de factos, mas também a resolução de qualquer problema.
Vejamos vários Tarôs conhecidos:
  1. O Tarô de Mantegna  data do século XV,  e compreende 50 cartas com fortes influencias da Mitologia Grega. Dividido em 5 séries que corresponde a supostas ordens universais.
  2. O Tarô de Bolonha, composto de 62 cartas, possui a características de não possuir nome nas cartas.
  3. O Tarô de Marselha é o mais famoso de todos e possui 78 cartas, dividido em 22 arcanos Maiores e 56 arcanos Menores. O baralho apareceu pela Europa nos meados de 1370 e 1380, mas as suas origens perdem-se. Uma das possibilidades, é de ter surgido na Itália, ao norte, no vale de Taro, daí o seu nome, porém ganhou força na França, primeiro como Tarô Veneziano, e modernizou-se como Tarô de Marselha.
Eliphas Levi, ocultista de renome, disse que o Tarô é uma obra monumental, extraordinariamente forte, simples e resistente como as pirâmides. O tarô sobreviveu pela sua força, foi explorado pelo cabalistas, rosacrucianos, maçons, teósoficos.  

Buzios

O èrindinlógun popularmente conhecido como Jogo de Búzios, trata-se de um oráculo sagrado e preciso, que quando manuseado por um Bàbálóòrìsà (Pai de Santo) competente, é extremamente eficaz na identificação e solução de todos os tipos de problemas, sejam eles de ordem física ou espiritual. O método mais simples é o jogo com quatro (4) búzios.


Pêndulo (Radioestesia)

O termo radioestesia (ou em inglês, dowsing) vem do latim radius, radiações, e do grego aesthesis, sensibilidade, ou seja, radioestesia significa literalmente sensibilidade a radiações.

Os chamados radioestesistas são capazes de captar radiações de diversas origens, incluindo objetos inanimados (águas subterrâneas, metais preciosos,etc), seres vivos (pessoas e seus órgãos internos) e até mesmo de espíritos. Mais que isso, também podem analisar estas radiações, de forma a atribuir-lhes uma qualidade positiva (benéfica) ou negativa (prejudicial).
As técnicas de radioestesia são largamente empregadas em pseudociências ou outras actividades associadas a fenómenos "paranormais". A lista de utilidades da radioestesia é impressionante, vejamos:
  • pesquisa, detecção e tratamento de doenças;
  • prospecção de veios d'água subterrâneos (perfuração de poços artesianos);
  • prospecção de jazidas de pedras preciosas e de metais (ouro, prata,platina, etc.);
  • detecção de ondas nocivas, tais como: linhas Hartmann e linhas Curry (supostos campos de energia existentes na superfície da Terra);
  • correntes de água subterrâneas; condutos de água contaminada, isto é, esgotos; jazidas de metais nocivos à saúde (por exemplo, cobre e mercúrio, etc.); 
  • antigos cemitérios, depósitos de lixo, locais de antigas prisões, hospitais, manicómios, etc.; 
  • falhas geológicas no terreno; 
  • identificação de locais onde houve grandes morticínios de pessoas (guerras, chacinas, etc.); 
  • localização de objectos e de pessoas desaparecidas;
  • identificação de assassinos;
  • escolha da alimentação mais adequada segundo o temperamento da pessoa;
  • escolha do melhor local para a fixação de uma residência, templo, comércio, etc.;
  • identificação de defeitos em carros, aparelhos electrodomésticos, etc.;
  • pesquisa sobre a afinidade (afectiva, intelectual, etc.) entre um grupo de pessoas (para, por exemplo, escolher um sócio para um empreendimento);
  • escolha de terreno e época mais adequada para o plantio de sementes;
  • escolha do melhor local para pastos, celeiros, estrebarias, currais, etc.;
  • escolha de objectos para decoração de casas, lojas, escritórios, etc., de tal forma que as energias por eles irradiadas sejam apropriadas para o local.
  •   localizar minas terrestres (para aqueles mais corajosos...).

Runas

A sabedoria das runas foi deixada aos Vikings pelo deus nórdico Odin, para que os homens a ela recorressem, para se divinizar e para obter um sábio aconselhamento quando necessário. A escrita rúnica é uma das mais antigas conhecidas: tem mais de doze mil anos. 

Segundo a lenda, Odin submeteu-se a um supremo acto de auto-sacrifício para obter o conhecimento secreto das runas. Permaneceu suspenso, por nove dias e nove noites, pendurado pela lança, de cabeça para baixo
no Yggdrasil, a "árvore do mundo", até se dar conta das pedras rúnicas no chão. Esticando-se com dificuldade, conseguiu apanhá-las, sendo então libertado pela magia destas pedras e, por iluminação, aprendeu os conhecimentos e poderes mágicos das runas.
Odin transmitiu à humanidade esse conhecimento obtido sobre as palavras mágicas e também de como registrar essas palavras através do alfabeto rúnico. Odin distribuiu as vinte e quatro runas entre três deuses: Hagal, Freya e Tyr. Estes três deuses deram às runas as suas energias. 
  • Freya, a energia de mãe, de esposa, de amante, e de irmã; 
  • Hagal, o conselheiro sábio, correto e energético; 
  • Tyr, o jovem guerreiro, corajoso e lutador.
A vigésima quinta runa, que é branca, representa Odin.

A escrita rúnica é uma das mais antigas conhecidas, tendo mais de doze mil anos. A raiz composta RU é de origem indo-européia e significa mistério ou segredo. Os antigos povos acreditavam que as runas possuíam poderes mágicos que poderiam defendê-los de diversos males e os xamãs antigos entalhavam as runas nas embarcações, nas casas, colocavam runas nos leitos dos enfermos, invocando a sua protecção, cura, ajuda etc.

Durante muitos séculos, os xamãs passavam aos seus iniciados o conhecimento das runas, preparando-os para que pudessem usar correctamente esta energia. Segundo os ensinamentos, cada runa está ligada a uma força determinada, havendo um poder específico em cada uma delas, por isso, devem ser usadas de forma correta para que os resultados sejam positivos e satisfatórios.

As runas são uma linguagem de magia que levam o ser à evolução interior, para o encontro de um bem maior e jamais poderão ser usadas como meio de comercialização ou charlatanismo porque sua linguagem traduz mensagens de divinação e não adivinhação.

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