28 de janeiro de 2012

Os seis passos do caminho espiritual


“A primeira qualidade do caminho espiritual é a coragem”, dizia Gandhi.

O mundo sempre parece ameaçador e perigoso para os covardes. Estes procuram a segurança mentirosa de uma vida sem grandes desafios. Os covardes são vítimas do próprio egoísmo e terminam por construir as grades da própria prisão.

Mas os homens e mulheres valentes projetem o seu pensamento muito além das paredes do quarto. Sabem que, se não fizerem nada pelo mundo, ninguém mais o fará.
Então tomam parte do Bom Combate da vida, mesmo sem entender bem porquê.

No começo, um sentimento de que alguma coisa não vai bem. A vida pode estar até muito boa, mas parece sem sentido. Nesses momentos angustiantes, sentimo-nos num beco sem saída. Clamamos por algum alívio e paz, não mais com base no que nos oferece o mundo material, mas a partir de algo mais profundo.

Assim, inicia-se uma jornada que pode levar anos até a chegada a um porto seguro. Essa viagem interna tem alguns estágios. Vamos saber quais, os cuidados e as grandes alegrias que podemos encontrar nesse caminho.

1. Dúvida e Inquietação

Pode surgir ainda na juventude, quando um leque de caminhos se apresenta à nossa frente. Ou mais tarde, quando surgem as perguntas existenciais: qual o sentido da vida? Quem sou eu? Para onde devo ir? As crises também podem puxar-nos para esta reflexão, que nos impulsiona a compreender a nossa necessidade de partir para trilhos espirituais, para uma via capaz de atender às necessidades do espírito.

Outro momento de inquietação ocorre na meia-idade, quando em muitos de nós se pode iniciar a busca de um sentido mais profundo para a vida. Até os 35, 40 anos, a existência é totalmente voltada para fora: trabalhar, procriar, produzir. Na segunda metade da vida, começa a jornada para o mundo interno e para a busca de uma espiritualidade mais intensa. É outra fase de grande inquietação, que vai apressar e favorecer a fase seguinte.

2. O chamado

De repente, no meio de essa inquietação e confusão interna, recebemos um chamado: algum ensinamento espiritual nos toca particularmente. Algum ensinamento nos desperta curiosidade e interesse. Nesse momento, é-nos dada a resposta para aquela pergunta que persistia em nós.

Podemos continuar a vida inteira em contato com o primeiro caminho por onde começámos, mas o mais provável é que este deixe de ser satisfatório. Um praticante deve olhar para uma via espiritual apenas como um percurso para chegar a um destino.

3. O Início

Antes de se entregar totalmente a uma linha espiritual, é necessário um tempo para averiguar a escolha. É necessário nos permitirmos de experimentar!

A busca pode vir acompanhada de ansiedade e/ou de devoção cega, pois algumas pessoas  entregam-se com facilidade, de forma muito emocional,  sem avaliarem de maneira objetiva os benefícios que podem experimentar e os riscos que podem correr.

Para avaliar melhor a escolha, leia à cerca do assunto, experimente mini-workshops, conheça os seus mestres e siga a sua intuição. Ela avisa-nos quando  algo está errado!

4. Sacrifício

Chega um momento em que todos temos de escolher: um caminho recto e sem buracos, ou um caminho longo e difícil. Uma vez um amigo disse-me que este último é o caminho do profeta, do disciplo. E perguntou-me: “tens a certeza que queres ser profeta? Porque para o seres, vais encontrar dor, solidão e sacrifício. Mas no final, o benefício fará com que esqueças toda a pesar.”
Sacrifício segundo o dicionário é renúncia ou privação voluntária, em favor de algo ou alguém. O conceito de sacrifício envolve várias possibilidades, algumas delas positivas, talvez, quando o sacrifício não é um fim em si mesmo.

Quando enveredamos na nossa busca espiritual, é como se já não houvesse volta atrás: tomamos consciencia de que a vida sem o percurso que iniciamos já não faz sentido e a nossa aprendizagem começa a ser parte integrante de nós, da nossa vida, começa a ser uma das coisas que lhe dá sentido. Tudo se abre diante dos nossos olhos, tudo se ilumina. Muitas vezes, antes de compreendermos a mensagem, de apreendermos uma lição, tudo fica sem sentido, tudo é difícil. Muitas vezes, até o corpo fica doente. Mas no fim, os frutos colhidos conseguem fazer-nos esquecer qualquer mal-estar, qualquer sacrifício.

5. A entrega

Um praticante deve olhar para uma via espiritual apenas como um percurso para chegar a um destino. Por isso, é preciso que ele saiba, antes de mais, do que está à procura. Este é o primeiro passo depois do: “E agora?”.

Quando sentimos que temos de fazer algo, que chegou a hora de saber mais, de encontrar o Divino, de despertar e o assumimos internamente, é quando assumimos e iniciamos a nossa jornada espiritual. Este é o primeiro passo, embora muitos não o saibam.

6. Acreditar

Este é o princípio mais simples, mas também um dos mais difíceis. São muitas as dúvidas que temos à cerca de nós mesmos como pessoas, e sobretudo de nós como seres espirituais capazes de seguir, fazer, conseguir. Contudo, todos nascemos capazes de desenvolver e seguir a nossa espiritualidade, de usar a nossa intuição, de criar e concretizar pequenos milagres ou magias. Dito assim parece simples e insignificante e vocês, leitores, perguntar-se-ão "como"? Contudo, o ser humano sempre teve dificuldade em compreender as regras mais simples. Esta é uma delas! Todos somos capazes, todos temos o que é necessário, basta confiar e seguir!

“Ao trilharmos esses novos caminhos, surgirão riscos, mas também infinitas alegrias!”