A mudança vem sempre acompanhada da incerteza e esta provoca aquilo sobre o qual falamos hoje: O Medo!
Afirma-se que o medo é o maior inimigo do homem. O medo está por trás do fracasso, da doença e das relações humanas desagradáveis. Milhões de pessoas têm medo do passado, do futuro, da velhice, da loucura e da morte. O medo é um pensamento na sua mente e até temos medo dos nossos próprios pensamentos!
O medo é o primeiro dos quatro inimigos naturais do homem, o que surge de mais formas, e em geral, não o chamamos pelo seu nome. O medo é algo que provoca mais de si mesmo e a maioria das pessoas inteligentes deste mundo disfarça-o de negação optimista.
Todos aqueles que evitam largar empregos, relações ou projectos entretêm-se com a ideia de que algures durante o seu percurso as coisas vão melhorar, que os rendimentos vão aumentar e que vai ser mais feliz. Parece uma forma válida de ver as coisas e é uma ilusão muito tentadora quando um trabalho é aborrecido ou pouco inspirador, em vez de, um autêntico inferno. Este, o inferno, a acontecer, forçaria a acção, enquanto qualquer coisa menos que isso pode ser aguentada com suficiente racionalização inteligente.
Pensa realmente que as coisas vão mudar, melhorar ou isso é simplesmente acreditar no que se deseja e uma desculpa para a inacção? Se estivesse confiante de iria haver melhorias, questionaria realmente as coisas desta maneira? Em geral não. Isso é receio do desconhecido mascarado de optimismo.
O medo normal é bom, o medo anormal é mau e destrutivo. Permitir constantemente os pensamentos de medo acarreta o medo anormal, obsessões e complexos. Temer alguma coisa persistentemente provoca um sentimento de pânico e terror. Pode superar o medo anormal quando sabe que o poder do seu subconsciente pode mudar os condicionamentos e realizar os desejos acalentados pelo seu coração. Dedique a sua atenção e devote-se, imediatamente, ao seu desejo, que é o oposto do seu medo. Este é o amor que expulsa o medo.
Enfrente os seus temores, traga-os à luz da razão. Aprenda a sorrir dos seus temores. Esse é o melhor remédio.
Exercício 1
Quando afirma positivamente que vai dominar os seus receios e chega a uma decisão definitiva na sua mente consciente, liberta o poder do subconsciente, que flui em resposta à natureza do pensamento.
Vamos ver agora uma óptima técnica para superar estes medos. Suponha que tem medo da água, de montanhas, de uma entrevista, do público ou de lugares fechados.
Se tem medo de nadar, comece agora a sentar-se tranquilamente, durante cinco a dez minutos, três a quatro vezes por dia, e imagine que está a nadar. É uma experiência subjetiva. Mentalmente está a projectar-se como se estivesse dentro d’água. Sente o frio da água e o movimento dos seus braços e pernas. É tudo tão real e vívido, constituindo uma alegre atividade da mente. Não é um devaneio inútil, pois sabe que está a experimentar, na sua imaginação, o que depois se desenvolverá na sua mente consciente. Será compelido a expressar a imagem da representação do quadro que imprimiu na sua mente mais profunda. Essa é a lei do subconsciente.
Pode aplicar a mesma técnica se tem medo de montanhas ou de lugares altos. Imagine que está a escalar uma montanha, sinta a realidade desse acto, aprecie o cenário, sabendo que, fazendo-o mentalmente, o fará depois fisicamente com facilidade e segurança.
Todos nascemos apenas com dois medos: o medo de cair e o medo do barulho. Todos os seus outros medos são adquiridos. Livre-se deles.
Exercício 2
Se está nervoso em relação a dar o salto, ou simplesmente a adiá-lo por causa do medo do desconhecido, eis aqui o seu antídoto. Escreva as suas repostas e lembre-se que pensar muito não é tão produtivo ou tão prolífico quanto “vomitar” simplesmente o cérebro para uma página de papel. Escreva, escreva muito e não corte nada – o objectivo aqui é muito volume.
1. Defina o seu pesadelo, a coisa absolutamente pior que podia acontecer, se fizesse o que está a considerar.
Que dúvidas, receios e “então se” surgem quando reflecte nas grandes mudanças que pode – ou precisa – de fazer. Visualize-os no mais ínfimo pormenor. Será o fim da sua vida? Qual o impacto permanente, se é que há algum, numa escala de um a dez? Estas coisas são realmente permanentes? Qual pensa que será a probabilidade de realmente acontecerem?
2. Que medidas poderá tomar para reparar os estragos ou melhorar outras vez as coisas, mesmo que temporariamente?
É provável que seja mais fácil do que imagina. Como poderia voltar a controlar tudo de novo?
3. Quais são os resultados ou benefícios quer temporários, quer permanentes de cenários mais prováveis?
Agora que definiu o pesadelo, quais são os resultados positivos mais prováveis quer internos (confiança, auto-estima, etc.), quer externos? Qual seria o impacto destes resultados mais prováveis numa escala de um a dez? Qual será a probabilidade de produzir um resultado moderadamente bom? Pessoas menos inteligentes já fizeram isto antes e conseguiram-no?
4. Se fosse despedido hoje do seu emprego, o que faria para controlar financeiramente as coisas?
Imagine este cenário e volte a responder às perguntas anteriores. Se largar o seu emprego para testar outras opções, como podia mais tarde voltar ao mesmo percurso de carreira se tivesse absolutamente de o fazer?
5. O que está a adiar por medo?
Em geral, o que receamos mais é o que mais precisamos de fazer. Aquele telefonema, aquela conversa, qualquer que seja acção – é o medo das consequências desconhecidas que nos impede de agir como precisamos. Defina o pior caso, aceite-o e faço-o. Repetirei uma coisa que poderá considerar tatuar na testa: o que mais receamos fazer é, em geral, o que mais precisamos. Como já ouvi dizer, o êxito de uma pessoa na vida pode ser usualmente medido pelo número de conversas incómodas que está disposta a ter. Decida fazer todos os dias uma coisa que receie.
6. Qual esta a ser o custo – financeiro, emocional e físico – de protelar a acção?
Não avalie apenas o lado negativo da acção. É igualmente importante medir o custo atroz da inacção. Se não for atrás das coisas que o entusiasmam, onde estará daqui a um, cinco ou dez anos? Como se sentirá tendo deixado, que as circunstâncias se lhe impusessem e permitindo que se passassem mais dez anos da sua vida finita a fazer o que sabe que não o realiza? Se sintetizar esses dez anos e souber com 100 por cento de certeza que é um percurso de desapontamento e arrependimento, e se definirmos risco como “a probabilidade de um resultado negativo irreversível”, a inacção é o maior de todos os riscos.
7. Do que está à espera?
Se não consegue responder a isto sem recorrer ao conceito, já previamente descartado, de bom timming ou sentido de oportunidade, a resposta é simples: tem medo, tal como o resto do mundo. Meça o custo da inacção. Compreenda a improbabilidade e a hipótese de reparação da maioria dos passos errados e desenvolva o hábito das pessoas que são mestres no assunto e gostam de o fazer: a acção.