São inúmeras as culturas, em todo o mundo, que incluem os quatro elementos nas suas tradições filosóficas, religiosas ou mitológicas. Em todas elas, as características essenciais desta energia têm sido idênticas, muito embora os nomes dados para a força primária e para o próprio elemento tenham variado. Os chineses falam de cinco elementos: madeira, fogo, terra, metal e água, que segundo eles incluem todos os elementos da natureza. A antiga filosofia grega também estava baseada na doutrina dos elementos, que eram relacionados com as quatro faculdades do homem: moral (fogo), estética e alma (água), intelectual (ar) e física (terra). Também estão presentes na astrologia, sendo uma ferramenta extremamente útil para a compreensão da constituição psicológica de qualquer ser humano.
Os signos de ar (Gémeos, Balança, Aquário) vivem no reino abstrato do pensamento, sendo que, para eles, um pensamento é tão real quanto qualquer objecto material. Os signos de água (Caranguejo, Escorpião, Peixes) vivem nos seus sentimentos e, mais do que qualquer outra coisa, o estado emocional deles é que determina o seu comportamento. Os signos de fogo (Carneiro, Leão, Sagitário) vivem num estado de actividade inspirada, altamente excitada e a conservação desse estado de ser é decisiva para eles. Os signos de terra (Touro, Virgem, Capricórnio) estão assentes no mundo material. O mundo material e as suas preocupações com a sobrevivência e com a produção são considerados muito mais reais do que qualquer outro aspeto da vida.
Portanto, podemos afirmar que o elemento do nosso signo revela a força interior básica que motiva tudo o que fazemos. Os signos do ar são motivados pelos seus conceitos intelectuais, os signos de água pelos seus anseios emocionais mais profundos, os signos de fogo pelas suas inspirações e aspirações e os signos de terra pelas suas necessidades materiais.
De uma forma geral, os signos de terra recebem a sua energia da terra, os signos de ar recebem força do ar, os signos de água recebem do fluxo de sentimentos próprios da água ou do contato com a própria água e os signos do fogo recebem do Sol ou da atividade física.
O Elemento Fogo
O elemento fogo refere-se a uma energia universal irradiante, uma energia que é excitável e entusiástica e que, através da sua luz, dá mais cor ao mundo. É uma energia que flui espontaneamente, de maneira inspirada e automotivada. Isto explica porque as pessoas com signos de fogo são tão egocêntricas e, normalmente, bastante impessoais. Elas sentem que são canais de vida e não podem esconder facilmente o seu orgulho a respeito desse fato.
Os signos de fogo exemplificam a decisão, a grande fé em si mesmo, o entusiasmo. Precisam de uma grande dose de liberdade para se expressarem de forma natural, e normalmente garantem esse espaço para si mesmos por meio da incansável insistência nos seus pontos de vista. Tendem a ser impacientes com as pessoas mais sensíveis ou mais gentis, especialmente com aquelas que têm predominância da água e da terra. Eles sentem que a água os extinguirá e que a terra os sufocará.
Por outro lado, os signos de ar abanam as chamas do fogo, fornecendo novas ideias. Por essa razão, o fogo é geralmente considerado compatível com o ar, mas é preciso assinalar que os signos de fogo são, muitas vezes, demasiado espalhafatosos e impacientes para o delicado sistema nervoso dos signos aéreos. De fato, embora os signos de fogo sejam frequentemente estimulados pelos signos de ar, eles também se cansam facilmente e se entediam com as observações intelectuais proferidas com demasiada rapidez.
Os signos de fogo requerem envolvimento com outros signos de fogo, com metas e aspirações progressistas e inspiradas, ou com um tipo de trabalho que seja fisicamente exigente e ativo.
Um signo de fogo que tenha que ficar confinado por muito tempo e sem oportunidade de fazer uma movimentação vigorosa, começa a sentir-se sem energia vital.
O Elemento Ar
O elemento ar é a energia vital que tem sido relacionada com a respiração ou com aquilo que os iogues chamam de prana. O domínio do ar é o mundo das ideias arquetípicas, que estão atrás do véu físico, da energia cósmica convertida em padrões de pensamento específicos.
Desse modo, embora os signos de ar sejam frequentemente acusados de ser seguidores de sonhos sem valor prático, eles desempenham um papel na realização da criação, no nível social mais amplo, pois as suas ideias podem afetar a vida de milhões de pessoas.
Frequentemente, carecem de emoções profundas e da aceitação das limitações do corpo físico. Podem valorizar excessivamente a competência intelectual e recusam-se a encarar o facto de que as ideias precisam ser testadas para ver se funcionam, antes que lhes seja atribuído um grande valor. O pensamento é uma força tão dominante na vida dos signos de ar que, muito facilmente, se sentem ameaçados se as suas opiniões são ignoradas ou se a qualidade do seu intelecto é depreciada.
Naturalmente os signos de terra e de água são aqueles que mais provavelmente desvalorizarão as ideias dos signos de ar. Por seu lado, os signos de ar não querem ficar confinados às limitações da terra e também não desejam ter a sua despreocupada liberdade saturada pelos sentimentos e pelas restrições dos signos de água.
Por outro lado, os signos de fogo estimulam os signos de ar no sentido de obter maior liberdade de expressão, dando-lhes um sentimento de confiança e de força que estes não podem encontrar em ninguém mais.
Os signos de ar sentem necessidade do relacionamento constante com outras pessoas de mentalidade igual, do envolvimento social que lhes ofereça um canal para a expressão das suas ideias ou de um tipo de trabalho que lhes dê estímulo e liberdade intelectual.
Os signos de ar precisam de ar limpo, leve, de uma qualidade de atmosfera que jamais é encontrada nas grandes cidades, nas planícies húmidas ou nos vales cultivados. Esse tipo de ar é particularmente acessível nas montanhas, onde não só é limpo, mas também bastante seco e fresco.
O Elemento Água
Aqueles que têm o elemento água fortemente ativado percebem, desde o seu nascimento, que vários fatores intangíveis desempenham um papel na sua vida. Os signos de água estão em contato com os próprios sentimentos, em sintonia com nuances e sutilezas que muitos nem sequer percebem.
O elemento água representa o reino da emoção profunda e das reações de sentimento, indo desde paixões compulsivas e temores irresistíveis, até uma aceitação e um amor que abrange toda a criação.
Os signos de água, como a natureza da própria água, não têm solidez ou forma própria. Portanto, sentem-se mais felizes quando a sua fluidez é canalizada e modelada por outros, particularmente pelos signos de terra, que possuem a solidez na qual a água pode confiar e se pode apoiar. Os signos de água tendem a sentir aversão por aqueles que são turbulentos ou têm personalidades fortes, tais como as pessoas dos signos de ar e de fogo. Sentem-se mais confortáveis com outros, mais discretos e reservados, o que lhes dá sensação de proteção e segurança.
A sensibilidade dos signos de água é tão grande e sua vulnerabilidade à mágoa é tão acentuada que, se as reações emocionais não são controladas e adequadamente canalizadas, podem entrar num estado de instabilidade emocional e podem ser influenciados com demasiada facilidade. Entretanto, essa sensibilidade não deve ser considerada uma fraqueza, pois a água tem uma grande força e tem um longo e penetrante poder especialmente quando é canalizada de uma forma concentrada.
A compreensão da verdadeira natureza das suas emoções e anseios é um processo lento e muitas vezes doloroso, mas assim que se dispõem a encarar os seus verdadeiros motivos, terão um contentamento interior cada vez maior.
Precisam de se relacionar com outras pessoas do elemento água ou precisam de um envolvimento emocional intenso com qualquer coisa que estejam a fazer. Essas pessoas não se podem desligar das suas experiências, por isso, é importante que escolham atividades e trabalhos que possam dar-lhes um amplo raio de ação para sua expressão emocional. Os signos de água alcançam a sua melhor forma, psíquica e emocionalmente, quando têm a oportunidade de mergulhar em água corrente regularmente, ou pelo menos de estar na presença dela.
O Elemento Terra
Estas pessoas estão em contato com os sentidos físicos e com a realidade do aqui-e-agora do mundo material. Os signos de terra tendem a confiar mais nos seus sentidos e no raciocínio prático do que nas inspirações, nas considerações teóricas ou nas intuições dos outros signos. Estão sintonizados com a compreensão inata de como o mundo material funciona, sendo pacientes e autodisciplinados.
Raramente é preciso dizer-lhes de que modo se devem adaptar ao mundo para ganhar a vida, como suprir as necessidades básicas, nem como devem persistir até que um objetivo seja alcançado.
O elemento terra tende a ser cauteloso, premeditado e bastante convencional. As pessoas desse elemento suspeitam ou duvidam das pessoas mais espertas, de mente ágil e reagem aos signos de ar com um certo grau de reserva, embora possam ficar um pouco fascinados por eles. O envolvimento com o mundo prático pode, com frequência, limitar a sua imaginação. Isto pode levar a um apego à rotina e à ordem e a uma falta de habilidade para lidar com as áreas de atividades abstratas e teóricas. Mais do que qualquer outra coisa, os signos de terra precisam de se abrir para a realidade do mundo invisível e devem comprometer-se com ideais específicos que servirão de guia para as suas atividades.
Os signos de terra precisam assumir deveres e obrigações materiais, pois o desafio de enfrentar o mundo como um todo estimula as suas energias mais positivas e alimenta sua necessidade de expressão através das realizações práticas. Estes signos precisam, de vez em quando, meter os pés na lama, aproximar-se da natureza e entrar em sintonia com a força de crescimento que existe nas árvores e nas plantas.
O psicólogo americano Ralph Metzner foi um dos primeiros profissionais da área a estudar o relacionamento dos elementos com os tipos de personalidade. Na Stanford University, Metzner organizou pequenas sessões de encontro entre pessoas com várias combinações de elementos. Depois de alguma experiência com essas sessões e de estudar, com certa profundidade, as correlações astrológicas dos elementos, o psicólogo concluiu que os quatro elementos simbolizam tipos de pessoas que metabolizam as experiências em velocidades diferentes e de maneiras diferentes.
Essas abordagens diversas da experiência levam os quatro tipos de pessoas a lidar de maneiras diferentes com os conflitos ou os obstáculos que surgem em suas vidas.
Os signos de ar tendem a se elevar acima dos conflitos e a flutuar ao redor deles. Embora mais tarde possam ficar ressentidos com a pessoa que colocou o problema no seu caminho, na ocasião raramente deixarão de agir com elegância.
Os signos de água também detestam todas as formas de conflito (com exceção de alguns escorpianos). Tendem a escorrer ao redor dos conflitos, por baixo deles ou sobre eles, ou então – se tudo falha – a desgastar lentamente a pessoa ou a coisa que está no seu caminho. Um Escorpião, porém, procura muitas vezes desafios e problemas, compreendendo, subliminarmente, que tais desafios fazem aparecer a sua maior força e seus maiores recursos.
Os signos de terra, sendo bastante sólidos por natureza, tendem a desdenhar o conflito, preferindo absorver lentamente o ímpeto do problema. Entretanto, forçados contra a parede, são capazes de agredir duramente o obstáculo com força total.
Os signos de fogo tendem a vencer os obstáculos, a queimá-los ou a afugentá-los, com uma demonstração de força. Raramente exibem um comportamento que poderia ser chamado de diplomático.
Os elementos também nos fornecem uma indicação a respeito de como controlar e canalizar vantajosamente as nossas energias. O médico e astrólogo medieval Paracelso, que Jung considerou um precursor dos psicólogos modernos, atribuiu um espírito da natureza, específico, a cada um dos elementos. Segundo Paracelso, as ondinas eram consideradas os espíritos da água. As pessoas dos signos de água precisam ser firmes consigo mesmas e, muitas vezes, a firmeza é a melhor maneira de se lidar com esse tipo de pessoa, especialmente quando suas emoções estão fora de controlo.
Paracelso dizia que os espíritos do ar eram as sílfides e que elas podem ser controladas pela constância. Para os signos de ar é difícil assumir um compromisso com uma determinada resolução, mas esse é um passo importante na sua evolução.
Os espíritos de fogo são as salamandras, que podem ser controladas principalmente pela serenidade. Desta forma, os signos de fogo podem moderar os usos extremos da sua energia cultivando, conscientemente, um tranquilo e calmo estado de contentamento: a arte de aceitar calmamente a vida no aqui-e-agora.
Os espíritos da terra são os gnomos, que teriam de ser controlados pela generosidade jovial. A generosidade jovial não é uma qualidade comumente encontrada nos signos de terra, mas é uma coisa que trará benefícios aos mesmos, se for aprendida.